Imagem/Free PikAs dores e doenças relacionadas às articulações, como artrite, artrose, tendinite e bursite, são comuns entre os brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 30 milhões de pessoas vivem com artrose no Brasil. No contexto global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 60% dos indivíduos com mais de 50 anos de idade apresentam algum grau de degeneração articular, um número que aumenta para 80% na faixa etária entre 70 e 75 anos.
Dados como esse indicam a necessidade de preservar a saúde das articulações no dia-a-dia – mas, com a queda das temperaturas durante o inverno, esses cuidados precisam ser redobrados, aponta a fisioterapeuta e professora do curso de Fisioterapia da Una – que integra o Ecossistema Ânima –, Jéssica Garcia Jorge. Ela explica que o funcionamento das articulações do nosso corpo se assemelha ao de engrenagens mecânicas: ambas precisam de movimento para não ‘enferrujar’ e devem ser lubrificadas regularmente.
No caso das engrenagens, utilizamos o óleo mecânico para lubrificação e, no caso das articulações, o próprio corpo produz um lubrificante articular natural que chamamos de líquido sinovial. “O que acontece é que, no frio, nós nos movimentamos menos, ficamos mais encolhidos e contraímos os músculos, o que leva à menor produção desse líquido. Além disso, o corpo diminui a circulação sanguínea para preservar a temperatura, o que faz com que a viscosidade do líquido sinovial aumente dentro da articulação, gerando maior rigidez”, explica a fisioterapeuta.
A rigidez pode ser mais presente em pessoas que já possuem alterações articulares prévias que também geraram a diminuição do líquido sinovial, como os idosos, pelo processo natural de envelhecimento articular. Outros afetados são aqueles que exercem carga excessiva e repetitiva sobre uma articulação, o que é mais recorrente em jovens adultos que praticam esportes de impacto sem orientação e preparação física ou exercem funções no trabalho com descargas de peso elevadas sobre a articulação.
Para a prevenção das dores articulares no inverno, as orientações de Jéssica são: movimentar-se, praticando atividades físicas que gerem aquecimento corporal e circulação sanguínea sem causar grandes impactos articulares – exercícios aeróbicos como caminhadas, corridas leves e ciclismo são uma boa pedida –; aquecer-se, usando blusas, meias, calças térmicas e outros itens que evitem deixar o corpo se resfriar a ponto de gerar os tremores musculares; e beber água, que é uma aliada na regulação da temperatura corporal e contribui para produção e fluidificação do líquido sinovial.
Para os que já sofrem com dores articulares, as recomendações são outras. “Diminua a carga sobre as articulações, observe o que piora sua dor e controle esse fator e fortaleça seus músculos, já que eles são protetores articulares, absorvendo e distribuindo as cargas. Além disso, aqueça a articulação: se não houver inchaço ou edema, a bolsa de água quente aplicada no local pode ajudar. E claro, procure um fisioterapeuta. Ele é o profissional mais indicado para te avaliar e te direcionar para o melhor tratamento”, conclui a professora.
