24/01/2023 às 09h19min - Atualizada em 24/01/2023 às 09h19min

Cartas de Bolsonaro a ONU e entidades internacionais ocultavam situação real na terra yanomami

Entidades internacionais receberam informações irreais do governo Bolsonaro sobre as condições do povo yanomami.

Tarcísio Sá - Por Bernadete Druzian
Agência Rádio2
O desmonte da estrutura do Estado – que não se restringe apenas a essa, mas outras comunidades indígenas – começa a se desenhar com relatos reais.
Segundo a coluna de Jamil Chade, do UOL, foram vários alertas emitidos pela ONU, pela Comissão Interamericana e outras organizações internacionais contestados pelo governo anterior, com justificativas conspiratórias.
Os relatos oficiais do governo até 2022, segundo o colunista, por meio de cartas escritas à ONU davam conta de operações para garantir saúde e alimentos e informes de que o governo estava presente no combate ao garimpo ilegal.
Essas cartas, que foram obtidas pelo UOL, eram respostas a denúncias que diferentes relatores das Nações Unidas faziam, com cobrança de explicações de Bolsonaro sobre a desestruturação da política indigenista.
Em uma das cartas, datada de 21 de março de 2022, em seis páginas, o governo indicava que as autoridades continuavam completamente comprometidas em assegurar os direitos humanos dos indígenas.
E que o Ministério da Saúde mantinha um departamento especializado dedicado à saúde indígena, com uma lista de ações tomadas.
Mas não havia qualquer referência ao desmonte da Funai, tem de indicadores sobre os atendimentos, muito menos os valores destinados do orçamento para socorro dos grupos nativos.
Especificamente, sobre os yanomamis, ainda segundo o colunista Jamil Chade, o governo Bolsonaro respondeu, em 27 de julho de 2021, que agiu em operações exitosas para destruir a ação de garimpeiros e colocar fim às atividades que pudessem ameaçar os yanomamis.
Na carta, falou sobre monitoramento de taxas de mercúrio em terras yanomamis pelo Ministério da Saúde, programas para garantir acesso à água potável e medidas para conter a malária e a covid-19.
As apurações recentes na terra indígena dão conta de uma violência brutal contra os nativos, inclusive, crianças definhando sem alimentação.
Os dados apontam para 11 mil casos de malária em 2022 no território indígena e a morte ao menos de 570 crianças.
Também há registros de desnutrição adulta e infantil e síndrome respiratória grave entre os 30 mil habitantes.
O Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
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